O total de movimentos aéreos realizados no país sofreu uma queda acentuada no mês de abril. De acordo com dados do Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea (CGNA), foram registrados 36.596 movimentos aéreos no período. Uma contração de 74,6% no comparativo com o mesmo mês em 2019, ocasião em que foram apurados 143.997 movimentos aéreos.
O recuo foi ainda mais expressivo para aviação comercial, segmento das companhias aéreas. Os 10.977 movimentos de abril contrastam com os 110.977 pousos, decolagens e cruzamentos aéreos de abril do ano passado. Uma queda de 89,5%.
Outros dois segmentos da aviação também observaram recuos consideráveis, porém menores. Acompanhando uma tendência já observada em outros países, a aviação geral tem sofrido um impacto menor que a comercial diante da instabilidade gerada pela pandemia do COVID-19. Ainda assim, houve uma redução de 47,2% no comparativo com os números do mesmo período do ano passado, de 26.907 para 14.198.
A aviação militar registrou uma redução mais amena, de 7,5%. Isso se explica, em boa medida, pelas numerosas operações aéreas de saúde e de apoio logístico executadas pela Força Aérea ao longo das últimas semanas no contexto da Pandemia. Foram registrados 11.421 movimentos aéreos neste mês, contra 12.349 do mesmo período em 2019.
A situação gera um fenômeno inusitado, poucas vezes observado. Em abril, a aviação comercial foi o segmento que menos voou no Brasil. Acostumada a abranger cerca de 70% do total do número de voos, as cias aéreas responderam por apenas 29% dos movimentos aéreos, atrás dos jatos executivos, dos aviões particulares e das aeronaves militares.
Em março, já havia sido apurada uma variação negativa no número de voos. A ocasião, no entanto, ainda não contemplava o cenário completo que viabilizasse a consolidação de dados mais concretos, uma vez que as medidas de contenção e isolamento social só passaram a ser executadas a partir do meio do mês na maioria dos estados brasileiros.
Daniel Marinho
Editor