Acordo operacional leva controlador para voar na cabine do piloto

O Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) retomou, na semana passada, a execução de um acordo operacional relevante: o voo de familiarização em cabine de aeronaves para controlador de tráfego aéreo. Na ocasião, dois controladores de tráfego aéreo da organização tiveram a oportunidade de voar os trechos de ida e volta entre Rio de Janeiro e São Paulo dentro da cabine de pilotagem.

Controlador e piloto avaliam execução de procedimentos de navegação aérea após o pouso no Galeão. (Foto: Luiz Eduardo Perez)

O Acordo de Cooperação Operacional está previsto na Circular Normativa de Controle do Espaço Aéreo – CIRCEA 100-80 e tem por objetivo proporcionar o intercâmbio operacional entre controladores e pilotos, por meio do contato direto, da ampliação do conhecimento da performance operacional das aeronaves e dos serviços de tráfego aéreo prestados em todas as fases de um voo.

Essas são as primeiras missões de voo de cabine de 2019. Além de participarem do voo, os sargentos William Luiz Cerqueira da Rosa e Joyce de Oliveira Mendonça Barreto visitaram os órgãos operacionais de destino, conforme previsto na circular do acordo – Controle de Aproximação de São Paulo (APP-SP) e Torre de Controle do Aeroporto de Congonhas (TWR-SP).

“Essa iniciativa aproxima os controladores de nossos clientes diretos, gera sinergia e entendimento mútuo do sistema, proporcionando melhoria na prestação do serviço e na segurança das operações nas duas principais terminais do país”, afirma o chefe da Divisão de Operações do Serviço Regional de Proteção ao Voo de São Paulo (SRPV-SP) tenente-coronel Chrystian Alex Scherk Ciccacio.

Voo dentro da Cabine

Cada voo é realizado com um controlador no interior da cabine de uma aeronave comercial. As rotas e as etapas de voo são previamente estabelecidas em função do setor de atuação do controlador e, preferencialmente, nos horários de maior movimento.

Após o retorno, cada controlador entrega um relatório de verificação final. Nele são relatadas informações referentes aos procedimentos executados por controladores e pilotos nas fases de acionamento dos motores, autorização de tráfego, táxi, decolagem, voo em rota, descida e pouso.

O documento dá espaço ao relato de informações observadas referentes às comunicações com os órgãos de controle (foram estabelecidas e mantidas normalmente?), às instruções/autorizações dos controladores (foram emitidas de maneira clara e correta?), aos procedimentos e publicações aeronáuticas utilizados, à qualidade da fraseologia empregada, entre outras observações.

Piloto, co-piloto e controlador na cabine do Boeing 737-800 da Gol Linhas Aéreas (Foto: Luiz Eduardo Perez)

Dessa vez, a Gol Linhas Aéreas transportou os dois controladores na cabine, cada qual em uma aeronave, nos dias 21 e 23 de agosto. O comandante da Gol Augusto da Fonseca Viana pilotou a aeronave do voo de retorno do sargento William. “É muito importante para cada um conhecer melhor o lado do outro. Para nós é uma oportunidade de demonstrar ao controlador nossa situação na hora de reduzir, na hora de descer, na hora de acelerar o avião, demonstrar em voo os impactos e as relações com a performance da aeronave”.

“Da cabine, pude observar a execução dos procedimentos de navegação aérea na perspectiva da performance da aeronave – ajustes de velocidade, sequenciamento, separações de voo. É uma experiência que nem todos os controladores terão a oportunidade de ter, mas que é muito eficiente para o aprimoramento da coordenação piloto-controlador”, afirma William, controlador de tráfego aéreo do Destacamento de Controle de Tráfego Aéreo do Galeão (DTCEA-GL), para quem experiências como essas são necessárias para o aprimoramento da atividade.

“Consegui ter uma visão muito mais ampla do que eu poderia. A própria visita ao Controle de Aproximação de São Paulo também foi muito válida. A quantidade de movimentos aéreos e as formas de aproximação são diferentes e a gente sempre vai procurando absorver as melhores práticas de cada local que conhece”, afirmou.

Daniel MarinhoEditor/ Redatordanieldhm@decea.gov.br